Melhoria
A espera chegou ao fim
Ginásio do Colégio Pelotense, interditado em 2013, é entregue reformado em cerimônia; obra teve constantes mudanças em prazos de entrega
Paulo Rossi -
Obra foi concluída em agosto, mas a inauguração ocorreu nesta quarta-feira (Foto: Paulo Rossi - DP)
Após seis anos de espera, o Ginásio do Colégio Municipal Pelotense foi reentregue à comunidade em cerimônia realizada na manhã desta quarta-feira (25). Interditado em 2013 por problemas estruturais, o local teve assinatura do contrato para reforma em setembro de 2015 e as obras iniciadas em março de 2016. A previsão, na época, era de que tudo fosse concluído em 12 meses. Cerca de três anos depois, e com investimentos totais de R$ 2.640.000,00, o local foi revitalizado e teve seu espaço ampliado em 45%, com área construída passando para 2.333 m², ante os 1.607 m² anteriores.
A obra foi concluída em agosto, mas o titular da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), Roberto Ramalho, revela que se decidiu pela espera até a obtenção do Alvará do Plano de Prevenção e Proteção de Incêndios (APPCI), emitido pelo Corpo de Bombeiros. "Para que o ginásio fosse entregue pronto para uso." Ramalho afirma que o tempo para a requalificação e acréscimo de estruturas do local foi estendido devido a complicadores, como problemas nos repasses dos recursos à construtora responsável, atribuído pela obra ser custeada totalmente pelo município. "Não houve morosidade, a obra nunca parou."
No local foram feitas recuperações estruturais, como a de tesouras e a troca do telhado, o aumento na iluminação, que passa a funcionar com lâmpadas de LED, a adaptação das arquibancadas conforme as exigências de segurança e a instalação de vidros para aumentar a iluminação natural. Também foram construídas salas de ginástica, musculação e educação física; oito vestiários, sanitários adaptados, bar, almoxarifado, galeria de troféus e reservatórios de água. O local passa a contar com o piso da quadra com padrão olímpico à prática de futsal e basquete, além de tabelas para a prática de basquete com padrão conforme as presentes na National Basketball Association (NBA).
Resgate de memórias
"A ansiedade foi grande, mas sabíamos que esse dia ia chegar", afirma Arthur Katrein, diretor do Colégio. Segundo ele, a reforma promoverá uma retomada na proximidade e no sentimento de pertencimento dos alunos com a escola, fator que contribui em sala de aula, pois o poder do esporte funciona como um elemento importante no convívio escolar. A interdição do local, revelou, dificultou a realização das aulas de Educação Física, fato amenizado com a entrega de quadras localizadas no fundo da edificação, que foram utilizadas para as aulas durante o período.
O momento, segundo ele, traz de volta memórias do tempo em que era aluno da escola e utilizava o Ginásio para atividades esportivas. O desenvolvimento dessa prática, conta, o ajudou a desenvolver aspectos como a disciplina e a importância do trabalho coletivo. "A prática esportiva ajuda na obtenção de um olhar mais humanizado", relata.
Esta também é a visão de Ari Oscar, que desde 1991 é professor de Educação Física no local. Ele, que entrou como aluno do CMP em 1976, lembra que foi atleta da equipe de basquete da escola, e que a cultura esportiva desenvolvida no local, desde aquela época, foi enfraquecida com a interdição, em 2013. Para ele, os dois anos seguintes, com aulas realizadas no pátio da escola, até que as reformas das quadras localizadas atrás do Ginásio fossem concluídas, contribuíram para que as atividades fossem prejudicadas. A decisão do ex-prefeito e atual governador Eduardo Leite (PSDB), de conduzir a reforma do Ginásio, na visão do professor, foi tomada, em grande parte, devido à pressão de professores e alunos da escola, que temiam que o local ficasse sem utilização.
Agora, ele espera que as atividades passem a ser desenvolvidas tanto nas quadras quanto no novo Ginásio e que promovam uma maior motivação aos alunos. "A intenção é que haja a volta da cultura esportiva no Colégio", revela.
Protestos
Nas arquibancadas do local, faixas foram estendidas com mensagens como "Foram 6 anos sem ginásio, isso não vamos esquecer". O estudante Davi Maricá, presidente do Grêmio Estudantil do CMP, era um dos que seguravam a mensagem de protesto, e afirmou que o tempo que o ginásio ficou sem uso foi prejudicial aos alunos, além de demonstrar um descaso do Poder Público. "A gente não quer que um dia de festa apague seis anos de espera", criticou.
Com um misto de vaias e aplausos, a prefeita Paula Mascarenhas (PSDB), que era a titular da Secretaria de Educação na época da interdição do local, declarou que tomou a decisão com muito sofrimento, mas que agora o local está "mais bonito do que ele jamais foi". A chefe do Executivo também atribuiu a demora na entrega ao fato dos recursos serem oriundos do caixa do município. "Com os 15% de recursos que são passados para o município, tivemos que fazer a reforma e a manutenção da cidade", afirmou. Por fim, Paula cumprimentou Eduardo Leite pela decisão, em 2015, de continuar a obra somente com recursos municipais.
Em sua fala, o governador comentou que as vaias "fazem parte da democracia" e afirmou que as obras só foram necessárias devido à falta de manutenção de gestões anteriores.
Inauguração no Case
Após a entrega das reformas no Ginásio do Colégio Pelotense, o governador participou, no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Pelotas, da inauguração do Módulo Escolar da Escola Estadual de Ensino Médio Dom Antônio Zattera, com investimentos de aproximadamente R$ 1.050.000,00, provenientes da Secretaria de Educação (Seduc). O novo prédio, de 282,35 m², conta com cinco salas de aula, secretaria, sala da direção, sala dos professores, biblioteca, laboratório de informática, sanitários, depósitos e copa, além de cercamentos nas laterais e no fundo.
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